quarta-feira, 7 de março de 2012
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
domingo, 29 de agosto de 2010
Aprendendo sobre Germinação
domingo, 21 de março de 2010
Entrevista Com Professores – Cybele Meyer
Filed Under Entrevista com Professores |
Posted on Fevereiro 9, 2008
A professora Cybele Meyer (na foto ao lado), nos fala de sua experiência: de advogada a professora, sendo fisgada pelo prazer de educar.
Cybele Meyer é editora do Blog Educar Já.
1) Fale um pouco sobre você (de onde veio, onde trabalha, formação, etc).
Foi em Santos que passei toda minha infância e juventude, onde me casei e tive meus três filhos.
Estudei até concluir o Normal no Imaculado Coração de Maria. Sou da época em que a mulher tinha que ser prendada para se tornar uma boa esposa, pelo menos era essa a intenção dos meus pais.
Foi uma época muito boa, onde realmente aprendi, além das matérias curriculares, a bordar, pintar, cozinhar, fazer artesanato, arrumar uma mesa e muitas outras atividades extras. Quando tive que optar entre o Normal, Científico ou Biológicas, meus pais nem me perguntaram qual seria minha escolha e optaram, na matrícula, pela Normal. Não fiquei entristecida por isso, pois vinha de uma família muito conservadora e não costumava questionar as decisões por eles tomadas.
Porém, quando estava para me formar, decidi que iria cursar Direito. Meus pais quase enlouqueceram, pois afinal o ano era 1973 e estávamos em plena ditadura militar.
Quando as freiras tomaram conhecimento, chamaram meus pais e alegaram que eu havia me tornado uma comunista, porque eu havia sido educada para ser esposa e, naquela época, poucas mulheres cursavam Direito, só as comunistas!
Prestei vestibular escondida e passei. Cursei em meio a muita pressão.
Eu formei e exerci a advocacia por dez anos. Além do Direito, por gostar muito de arte, fiz Artes Plásticas e passei a pintar telas e a ministrar aulas de pintura como hobby. Ao exercer essa atividade percebi que tinha facilidade em transmitir o que sabia.
Mais tarde cursei Pós-Graduação em Pesicopedagogia Clínica e Institucional e Docência do Ensino Superior.
Em 2006 foi o último ano que estive dentro da sala de aula. Após vinte e dois anos deixei de atuar junto aos alunos para me dedicar a trabalhar com os Professores. Hoje, percorro os quatro cantos do Brasil ministrando Palestras e Oficinas de atualização para Professores.
Também dedico meu tempo ao blog que criei de apoio ao Professor. Procuro dispor neste blog material de aplicabilidade em sala de aula. Estou muito feliz com o retorno que estou tendo. É sinal de que os Professores estão em busca constante.
2) Como você se tornou professor(a)?
Quando meus filhos estavam, os três, em idade escolar e eu vivenciando o dia a dia junto com eles, me apaixonei perdidamente pelo ensinar e resolvi que iria abandonar o Direito para me dedicar à Educação. Foi o que fiz. Consegui minha primeira classe na escola onde meus filhos estudavam e iniciei minha trajetória com crianças de quatro anos. Eu me sentia revigorada, motivada e feliz.
Aos poucos fui caindo numa realidade dura, pois convivi com muitos profissionais que entravam na sala de aula já pensando no momento da saída. Sempre gostei de “inventar moda” como me falavam a cada idéia apresentada. A maioria das vezes, realizei as atividades procurando esconder que as havia feito, para evitar atritos com os colegas.
Com o passar do tempo e já mais madura na profissão resolvi que não mais agiria dessa forma e voltei a “inventar moda” e a incentivá-los para que desenvolvêssemos juntos.
3) Como tem sido a sua experiência como docente?
Posso dizer que minha experiência sempre contribuiu para o meu crescimento como profissional, pois a nossa profissão é ingrata, principalmente nos dias de hoje, quando o respeito e a admiração pelo professor estão em extinção. Nós vivemos uma realidade dura e injusta que nos mostra que quando o aluno não aprende é por culpa exclusiva do professor e quando ele aprende e se destaca o mérito vai para a escola e para o aluno.
O Professor, nos dias de hoje, é apenas um profissional “de uso”, ou seja, usado pela escola, pelos alunos e pelos pais. Porém, acredito com fervor de que esta realidade será mudada, com nosso empenho e amor ao exercício da magia do ensinar. Temos que resgatar o valor da nossa profissão. Como faremos isso? Dedicando-nos e mostrando o quanto o Professor é importante na construção do cidadão e do nosso País. O Professor foi, é e sempre será um guerreiro, que não desiste nunca, mesmo tendo pela frente os percalços vivenciados diariamente.
4) Para você, quais são as mudanças significativas que vem acontecendo na educação brasileira nos últimos anos?
Na minha visão, acredito que seja a tomada de consciência de que somente ter o aluno matriculado na escola não faz dele um estudante. Há muito tempo não havia movimentações em prol da melhoria da Educação, como nestes últimos anos. Em todas as mudanças ocorridas anteriormente, nenhuma mexeu tanto na estrutura da Educação quanto a do Fundamental de 9 anos.
Em 1971 quando foi aprovado o Ensino Fundamental de 8 anos, foi uma mudança, para melhor, com o objetivo de manter a criança durante mais tempo na escola lhe proporcionando um grau de instrução maior do que o usual naquela época, quando a maioria encerrava o estudo no 4º ano primário. Esta mudança não abalou as estruturas educacionais, pois a mudança foi praticamente na nomenclatura e na junção do primário com o ginásio.
Os alunos de 1ª a 4ª séries continuaram a ter uma única professora como já ocorria anteriormente, e os alunos de 5ª a 8ª continuaram com vários professores, um para cada matéria com aulas de cinqüenta minutos.
Agora a mudança do fundamental de nove anos, esta sim, mexeu tanto com a estrutura pedagógica quanto com a estrutura física das escolas. Uma escola para receber alunos de seis anos tem que ter um espaço condizente com as necessidades que um aluno dessa idade requer e que variam e muito das necessidades de uma criança de sete anos; tem que ter um professor capacitado para trabalhar com crianças dessa idade, que exige metodologia diferente daquela aplicada às crianças de sete anos, e assim por diante.
5) Como vê a educação no futuro próximo?
Vejo uma Educação mais consciente, colaborativa, com aplicabilidade. Uma Educação que passará a utilizar a WEB 2.0 como ferramenta de aprendizagem, possibilitando uma interação e integração entre os indivíduos permitindo a formação de opinião, o desenvolvimento da linguagem escrita, a iniciativa e tantos outros resultados, que com certeza, iremos constatar.
Acredito que agora é uma boa hora para se despertar o interesse pelo conhecimento nos nossos alunos. Eles adoram usar o computador. Se utilizarmos esta ferramenta maravilhosa com fins educacionais, os alunos irão desfrutar da aprendizagem pelo prazer e não pela busca incessante de boas notas. As boas notas serão conseqüências. Se o professor conseguir desvencilhar o uso das ferramentas na internet das notas, ou seja, não atribuir notas pelo seu desempenho online, acredito que daremos um grande passo rumo a uma aprendizagem de bons resultados dentro e fora do espaço escolar.
Filed Under Entrevista com Professores |
Posted on Fevereiro 9, 2008
A professora Cybele Meyer (na foto ao lado), nos fala de sua experiência: de advogada a professora, sendo fisgada pelo prazer de educar.
Cybele Meyer é editora do Blog Educar Já.
1) Fale um pouco sobre você (de onde veio, onde trabalha, formação, etc).
Foi em Santos que passei toda minha infância e juventude, onde me casei e tive meus três filhos.
Estudei até concluir o Normal no Imaculado Coração de Maria. Sou da época em que a mulher tinha que ser prendada para se tornar uma boa esposa, pelo menos era essa a intenção dos meus pais.
Foi uma época muito boa, onde realmente aprendi, além das matérias curriculares, a bordar, pintar, cozinhar, fazer artesanato, arrumar uma mesa e muitas outras atividades extras. Quando tive que optar entre o Normal, Científico ou Biológicas, meus pais nem me perguntaram qual seria minha escolha e optaram, na matrícula, pela Normal. Não fiquei entristecida por isso, pois vinha de uma família muito conservadora e não costumava questionar as decisões por eles tomadas.
Porém, quando estava para me formar, decidi que iria cursar Direito. Meus pais quase enlouqueceram, pois afinal o ano era 1973 e estávamos em plena ditadura militar.
Quando as freiras tomaram conhecimento, chamaram meus pais e alegaram que eu havia me tornado uma comunista, porque eu havia sido educada para ser esposa e, naquela época, poucas mulheres cursavam Direito, só as comunistas!
Prestei vestibular escondida e passei. Cursei em meio a muita pressão.
Eu formei e exerci a advocacia por dez anos. Além do Direito, por gostar muito de arte, fiz Artes Plásticas e passei a pintar telas e a ministrar aulas de pintura como hobby. Ao exercer essa atividade percebi que tinha facilidade em transmitir o que sabia.
Mais tarde cursei Pós-Graduação em Pesicopedagogia Clínica e Institucional e Docência do Ensino Superior.
Em 2006 foi o último ano que estive dentro da sala de aula. Após vinte e dois anos deixei de atuar junto aos alunos para me dedicar a trabalhar com os Professores. Hoje, percorro os quatro cantos do Brasil ministrando Palestras e Oficinas de atualização para Professores.
Também dedico meu tempo ao blog que criei de apoio ao Professor. Procuro dispor neste blog material de aplicabilidade em sala de aula. Estou muito feliz com o retorno que estou tendo. É sinal de que os Professores estão em busca constante.
2) Como você se tornou professor(a)?
Quando meus filhos estavam, os três, em idade escolar e eu vivenciando o dia a dia junto com eles, me apaixonei perdidamente pelo ensinar e resolvi que iria abandonar o Direito para me dedicar à Educação. Foi o que fiz. Consegui minha primeira classe na escola onde meus filhos estudavam e iniciei minha trajetória com crianças de quatro anos. Eu me sentia revigorada, motivada e feliz.
Aos poucos fui caindo numa realidade dura, pois convivi com muitos profissionais que entravam na sala de aula já pensando no momento da saída. Sempre gostei de “inventar moda” como me falavam a cada idéia apresentada. A maioria das vezes, realizei as atividades procurando esconder que as havia feito, para evitar atritos com os colegas.
Com o passar do tempo e já mais madura na profissão resolvi que não mais agiria dessa forma e voltei a “inventar moda” e a incentivá-los para que desenvolvêssemos juntos.
3) Como tem sido a sua experiência como docente?
Posso dizer que minha experiência sempre contribuiu para o meu crescimento como profissional, pois a nossa profissão é ingrata, principalmente nos dias de hoje, quando o respeito e a admiração pelo professor estão em extinção. Nós vivemos uma realidade dura e injusta que nos mostra que quando o aluno não aprende é por culpa exclusiva do professor e quando ele aprende e se destaca o mérito vai para a escola e para o aluno.
O Professor, nos dias de hoje, é apenas um profissional “de uso”, ou seja, usado pela escola, pelos alunos e pelos pais. Porém, acredito com fervor de que esta realidade será mudada, com nosso empenho e amor ao exercício da magia do ensinar. Temos que resgatar o valor da nossa profissão. Como faremos isso? Dedicando-nos e mostrando o quanto o Professor é importante na construção do cidadão e do nosso País. O Professor foi, é e sempre será um guerreiro, que não desiste nunca, mesmo tendo pela frente os percalços vivenciados diariamente.
4) Para você, quais são as mudanças significativas que vem acontecendo na educação brasileira nos últimos anos?
Na minha visão, acredito que seja a tomada de consciência de que somente ter o aluno matriculado na escola não faz dele um estudante. Há muito tempo não havia movimentações em prol da melhoria da Educação, como nestes últimos anos. Em todas as mudanças ocorridas anteriormente, nenhuma mexeu tanto na estrutura da Educação quanto a do Fundamental de 9 anos.
Em 1971 quando foi aprovado o Ensino Fundamental de 8 anos, foi uma mudança, para melhor, com o objetivo de manter a criança durante mais tempo na escola lhe proporcionando um grau de instrução maior do que o usual naquela época, quando a maioria encerrava o estudo no 4º ano primário. Esta mudança não abalou as estruturas educacionais, pois a mudança foi praticamente na nomenclatura e na junção do primário com o ginásio.
Os alunos de 1ª a 4ª séries continuaram a ter uma única professora como já ocorria anteriormente, e os alunos de 5ª a 8ª continuaram com vários professores, um para cada matéria com aulas de cinqüenta minutos.
Agora a mudança do fundamental de nove anos, esta sim, mexeu tanto com a estrutura pedagógica quanto com a estrutura física das escolas. Uma escola para receber alunos de seis anos tem que ter um espaço condizente com as necessidades que um aluno dessa idade requer e que variam e muito das necessidades de uma criança de sete anos; tem que ter um professor capacitado para trabalhar com crianças dessa idade, que exige metodologia diferente daquela aplicada às crianças de sete anos, e assim por diante.
5) Como vê a educação no futuro próximo?
Vejo uma Educação mais consciente, colaborativa, com aplicabilidade. Uma Educação que passará a utilizar a WEB 2.0 como ferramenta de aprendizagem, possibilitando uma interação e integração entre os indivíduos permitindo a formação de opinião, o desenvolvimento da linguagem escrita, a iniciativa e tantos outros resultados, que com certeza, iremos constatar.
Acredito que agora é uma boa hora para se despertar o interesse pelo conhecimento nos nossos alunos. Eles adoram usar o computador. Se utilizarmos esta ferramenta maravilhosa com fins educacionais, os alunos irão desfrutar da aprendizagem pelo prazer e não pela busca incessante de boas notas. As boas notas serão conseqüências. Se o professor conseguir desvencilhar o uso das ferramentas na internet das notas, ou seja, não atribuir notas pelo seu desempenho online, acredito que daremos um grande passo rumo a uma aprendizagem de bons resultados dentro e fora do espaço escolar.
sábado, 23 de janeiro de 2010
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
Estou em novo endereço
Queridos leitores
O Educar Já! em Textos está hospedado agora em domínio próprio e por este motivo mudei o layout e aproveitei para mudar o nome abrindo assim a possibilidade do rol de assuntos a serem abordados.
Agora é Cybele Meyer falando sobre
Espero vocês por lá.
Opinem.
Deixem sua opinião e sugestão.
Este espaço é compartilhado com todos vocês.
Participem.
Abraços
Cybele Meyer
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Amigo Secreto – Eu peguei quem eu temia
É sabido que nesta época de final de ano a maioria das empresas e instituições promove o já tradicional sorteio do Amigo Secreto, ou Amigo Oculto ou Amigo Invisível. As regras são as mesmas independente dos nomes dados à brincadeira.
Vale dizer que conviver com inúmeras pessoas no ambiente de trabalho é uma arte nem sempre bem desempenhada por todos. Há sempre aquele episódio de bate-boca entre funcionários que já se “estranhavam”, ou uma fofoca surgida numa ida ao bebedouro, ou mesmo um comentário indiscreto durante o cafezinho. A verdade é que não existe local de trabalho onde nunca tenha havido algum desentendimento.
Então chega o final de ano e no momento do sorteio do Amigo Secreto começa a torcida por não pegar aquele nome tão temido.
Ao abrir o papelzinho qual não é a surpresa!É justamente este nome que agora está nas mãos do funcionário desolado. A expressão do rosto não o deixa disfarçar o desapontamento. Sente vontade de sair da brincadeira, mas sabe que não poderá fazer isso. O dia para ele está acabado. A todo o momento lembra-se da sua má sorte.
Porém, aqui vai um conselho de quem já acompanhou de perto uma experiência parecida. Minha grande amiga, que trabalhávamos juntas, passou por este martírio e sua atitude deve ser compartilhada como exemplo e é isto que farei agora.
No dia seguinte ela chega ao trabalho muito animada e diz que encontrou uma solução para aquilo que, no dia anterior, representada um problemão.
Passou a enviar bilhetinhos com mensagens reflexivas. Durante todo o dia várias mensagens eram depositadas na caixinha de recados. Isto aconteceu durante os 15 dias que durou a brincadeira.
O pior de tudo é que a minha amiga não recebeu um único bilhetinho sequer. Todo mundo recebia menos ela.
Pairava no ar a pergunta: - Será que uma pegou a outra?
Dito e feito!
No dia da revelação todos já conheciam seus “amigos secretos” menos as duas.
Minha amiga então se levantou e disse não ser necessário dar dicas de quem ela havia sorteado porque só restaram as duas, e que ela aproveitou esta oportunidade que a vida lhe concedeu para se tornar uma pessoa melhor entendendo, respeitando e aprendendo a conviver com as diferenças. Finalizou chamando pelo nome sua amiga oculta. Ela veio receber o belo presente e não teve palavras para expressar sua vergonha diante do comportamento totalmente oposto ao que havia recebido.
A vida sempre nos proporciona momentos de aprendizagem, cabe a cada um de nós aproveita-los ou não.
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